GP – Hoje, se analisarmos o seu lado vocalista e o guitarrista, a impressão que dá é a de que está explorando muito mais o lado guitarrista.
Roger – Ah, sem dúvida! Sempre foi, na verdade. Fazer a base junto com elementos de solos, timbres e tudo, eu tenho explorado cada vez mais o meu lado guitarrista. Embora ninguém note, eu noto e fico contente de tocar e melhorar como músico. Meus solos são mais melódicos. Não têm muito essa técnica, nem a vontade, de ser muito rápido. Como flautista que também fui, meus solos são mais rítmicos e melódicos.
GP – Hoje, parece estar cada mais difícil ver uma banda de rock nacional fazendo algo que seja realmente impactante. Qual é a sua opinião a respeito desse marasmo?
Roger – É verdade. Não tem um cara com estilo. Você vê muita produção e não se destaca ninguém, nem mesmo no exterior. Parece que o único padrão hoje em dia é tocar rápido. Inclusive, o timbre da guitarra, às vezes, vai se perdendo. [Antigamente] Você ouvia um guitarrista e sabia que ele usava tal guitarra e tal amp, tinha um timbre e um jeito de tocar. Hoje, é “blen, blen, blen” [imita som de solos virtuoses]. Eu até concordo que é legal saber fazer isso, mas o mais legal é saber fazer música, e não malabarismo.
via Revista Guitar Player – ENTREVISTA: Roger Rocha Moreira, do Ultraje a Rigor.