Vítima da transformação do mundo, à medida que o país foi se democratizando, a partir da década de 80, Belchior, gradativamente foi relegado a uma situação de um produto obsoleto, um artista que todo mundo reconhecia, que todos o colocavam na estante dos maiores, mas que já não encontrava sintonia nas rádios. Ele mesmo disse, em “Velha Roupa Colorida”: “O que algum tempo era jovem e novo, hoje, é antigo…” Assim ficou Belchior.
As transformações do mundo oitentista, que por um lado revelaram bandas extraordinárias como Barão Vermelho, Paralamas do Sucesso, Ultraje a Rigor, Titãs, dentre tantas outras, no campo da sociedade, em contrapartida, dava início a um processo de potencialização da idiotização musical, que se consolidou na década de 90, com axés e sertanejos com duplos sentidos em suas conotações sexuais.
Source: Belchior e as veias rompidas da vida e da América Latina – Jornal Tornado