Em meus dias de adolescente gostava muito de uma música do Ultraje a Rigor chamada “A festa”. A letra falava de alguém que estava se preparando para um evento no desejo de abafar. Ele ensaiava seus gestos, como se comportar, se colocava em frente ao espelho para elaborar os trejeitos e até treinava o que falar. O dia da festa chegou e, realmente, ele abafou. Sucesso total. Mas a letra termina com o autor questionando: “Mas quem eu vou ser/e o que vou fazer/quando a festa acabar?”. A ideia é mostrar que a pessoa em questão se envolveu tanto com o personagem que criou que perdeu sua referência e identidade a ponto de não saber mais quem seria o verdadeiro eu.