Nesses bailes, os próprios amigos selecionavam a música que ouviam – tanto Rogério quanto Cristina lembraram como os bailes eram “improvisados por eles”, que por conta própria traziam o som e as luzes – ao contrário de hoje, onde a música é pré-estabelecida pelos DJ`s. Do mesmo modo, na década de 1970, predominava entre os amigos de Maria Cristina o disco (como exemplo clássico de Bee Gees, além do contexto do filme Embalos de Sábado a Noite como modelo a ser seguido nesses bailes), ao passo que predominava entre os amigos de Rogério o rock (com bandas como The Cure, U2, Legião Urbana e Ultraje a Rigor). Há, dessa forma, outra diferença fundamental nessa cultura de dança: a grande maioria das músicas dançadas nas duas épocas eram também “cantadas”, ao passo que o eletrônico de hoje é caracterizado pela (quase) ausência de voz. Alunos e professores podem trazer músicas da época dos entrevistados e dos alunos para efetuar tal comparação. No caso de Cristina, aliás, a influência dos “filmes de dança” é bastante forte entre sua faixa de idade; é interessante notar como tais filmes hoje são menos comuns, o que, como pode ser discutido entre os alunos, pode inclusive estar ligado à diferença dos arranjos musicais. Os dois entrevistados, especialmente Cristina, deram ênfase ao fato de sua geração ouvir, predominantemente, música norte-americana, e admirar muito a cultura dos EUA; Rogério diz que o fato de sua geração ouvir mais música brasileira que Cristina deve-se ao fato de que o rock nacional estava em alta em sua época, com bandas como Barão Vermelho, Legião Urbana, Ultraje a Rigor, Paralamas do Sucesso, Ira, Engenheiros do Havaí, os quais, como o aluno notará, têm grande relevância no rock nacional até os dias de hoje. O professor pode trabalhar, nesse sentido, a penetração da música norte-americana no Brasil, buscando suas origens e motivos.