Por outro lado, quando as pessoas normalmente repetem aquele famoso verso do Ultraje a Rigor, banda de brancos roqueiros, que é a gente somos inútil, elas respeitam a chamada licença poética.Essa situação expõe nada mais nada menos aquilo a que venho chamando de racismo linguístico. Trata-se de uma dada formação psicossocial que tem como prescrição o racismo como sua formação histórica. É a língua o agente balizador de uma existência em forma de humanidade que nega ao corpo negro a possibilidade de ser representado por uma das formas de representação dos chamados homens, aqueles que significam “verdadeiramente” o humano.